Roseli, a produtividade, quando bem estimada, deve contemplar a ponderação das rotinas, periodicidades e frequências em cada local ou tipo de local a ser limpo.
Imagine que você tem uma sala com 1.000m2 de área física de piso.
Se a limpeza fosse realizada 1x/dia e apenas 1 pessoa, numa jornada de 8h, fosse capaz de manter limpo nas condições pretendidas, então a produtividade ali seria de 1.000m2. São 1.000m2 de área física divididos por 1 pessoa.
Mas se o mesmo local precisa do mesmo tipo de limpeza 2x/dia, agora serão necessárias 2 pessoas em jornada de 8h para conservar o ambiente. Então, a produtividade, agora, será de 1.000m2 de área física divididos por 2 pessoas, ou seja, cada pessoa é capaz de manter 500m2 de área física. A produtividade, então, será de 500m2.
E se o local precisa da mesma limpeza 3x ao dia, a produtividade de cada pessoa seria 1.000m2 de área física divididos por 3 pessoas = 1.000/3 = 333m2
Por isso mesmo é que banheiros têm produtividades-padrão bem inferiores ao piso frio. A frequência das atividades de limpeza nos banheiros é maior. Se em piso, geralmente, a limpeza ocorre 1x/dia, nos banheiros pode ocorrer 4x ou até mais.
A metodologia que tenho defendido há tempos, desde que ajudei a implantar no Min Fazenda em Cuiabá, segue o exemplo da planilha em anexo.
Essa metodologia pode ser conferida no TR do Pregão nº 2/2015, cujo edital está disponível em:
http://comprasnet.gov.br/ConsultaLicitacoes/Download/Download.asp?coduasg=170190&numprp=22015&modprp=5&bidbird=N
Ali você encontrará a metodologia completa de definição das produtividades para cada ambiente a ser conservado, a forma de fiscalização definida por resultados e o ANS (hoje, IMR) adotado.
Todo o levantamento de dados foi lançado em planilha do Excel, uma linha para cada combinação ambiente/atividades, com campos a serem preenchidos e campos calculados automaticamente, para calcular a produtividade de cada ambiente conforme as atividades a serem desempenhadas, a periodicidade, a frequência, quantas pessoas realizam as tarefas, quanto tempo leva para realizar as tarefas.
A planilha também transforma a área física existente em uma “área convertida”, usando como base as produtividades da então IN 02/2008 (600m2 em áreas internas e 1.200 em áreas externas).
Assim, em cada local (pode ser também tipo de local, para simplificar) é medida a área física a ser conservada (em metros quadrados de piso), qual o tipo de limpeza a ser realizado (tarefas); a periodicidade (de quantos em quantos dias a tarefa é realizada); a frequência (vezes ao dia ou vezes na semana ou vezes na quinzena ou vezes ao mês e assim por diante); a equipe que normalmente realiza a tarefa (quantidade de pessoas); e o tempo, em média, necessário (minutos) para executar as tarefas.
É mais trabalhoso, reconheço, esse método. Mas é muito mais preciso, gerando uma estimativa detalhada e confiável e criando um bom mecanismo de fiscalização, porque a planilha de tarefas por ambiente pode ser usada para avaliar como a limpeza é executada e pode ser ajustada, aperfeiçoada, modificada conforme a realidade da execução. Ambientes podem ser modificados, tanto em termos de espaço físico quanto de atividades e uso, modificando a necessidade de tarefas de limpeza, o que pode ser facilmente gerenciado com essa planilha detalhada.
Na planilha em anexo, que apresenta os dados reais utilizados na licitação de 2015 no Min Fazenda em Cuiabá, a produtividade média, em áreas internas, foi de 1.800m2, incluindo 1 pessoa exclusivamente para cuidar dos bebedouros. Já nos banheiros, a produtividade ficou em 86m2, porque houve grande foco na limpeza desses espaços, com a previsão de lavagem completa 2x/dia e assepsia geral a cada 1h.
Espero ter contribuído.
Detalhamento de Areas e Atividades.xlsx (47.6 KB)