Excelente, Jose Barbosa.
Lembrei do livro “Contratações de TI: o Jogo”. Aliás, recomendo a leitura.
Os autores (dois caras muito bons em compras) descrevem que
a pior disputa não é a que o mercado promoverá no pregão. São as brigas e birras internas,
que travam a comunicação e pioram o clima organizacional.
Uma conversa da Equipe de Planejamento da Contratação com a Consultoria Jurídica,
por exemplo, antes de enviar o processo, pode gerar esclarecimentos importantes
para ambos os lados, aumentando a compreensão do objeto e evitando que os autos
retornem para correção.
Nossa experiência prática mostra que quando o rito é seguido de forma burocrática,
sem diálogo, com a conversa entre as áreas ocorrendo por meio da tramitação do
processo administrativo para lá e para cá, quase sempre há necessidade de ajustes,
incorrendo em retrabalho.
Como construir uma relação de confiança com o demandante?
Você acreditaria se disséssemos que é… tomando café?
Se chegarmos com o “pé na porta”, impondo um rito a ser seguido, sem conscientizar,
sem envolver, poderá haver resistências e isso é tudo que não precisamos em um
processo que terá que ser instruído a muitas mãos.
Após anos de experiência confeccionando Termos de Referência e avaliando muitos
deles, vemos que muitas falhas poderiam ser evitadas com uma boa conversa.
Alguns recursos, se empregados na hora certa, podem prover soluções muito úteis.
Na especificação da demanda, uma técnica simples, mas poderosa, é a entrevista.
Tendo atuado nos últimos anos diretamente na área de compras, especialmente no planejamento, concordo fortemente com os autores. Conversar é um remédio para boa parte das dores.
Franklin Brasil
Autor de Como Combater o Desperdício no Setor Público
Autor de Como Combater a Corrupção em Licitações
Autor de Preço de referência em compras públicas