Escolha do modo de disputa

Pessoal, bom dia.
Qual a melhor estratégia a ser usada na escolha do modo de disputa em uma licitação, há slgum estudo mais aprofundado para o tema que não seja uma mera exposição e explicação do conceito de cada tipo (Aberto, Aberto/Fechado, Fechado/Aberto)?

MODO ABERTO - uso o modo aberto para contratações com até 50 lotes/itens
acredito que o modo aberto seja o que atinge os menores preços, visto que em comparação com o modo aberto/fechado em que muitas vezes o fornecedor teria um preço melhor a ofertar mas não conseguiu devido ao lance único

MODO ABERTO FECHADO - Trabalho com esse modo para licitações com muitos itens, visto o prazo para finalização dos itens ter tempo determinado.

MODO FECHADO/ABERTO - não trabalho com este e sinceramente não vejo vantagem em se eliminar fornecedores apenas pela sua proposta inicial.

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Há um Relatório de Avaliação da Controladoria-Geral da União (CGU) bem detalhado sobre o impacto do uso do orçamento sigiloso e dos modos de disputa nas aquisições de bens: https://eaud.cgu.gov.br/relatorio/1582620

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O conhecimento que consigo compartilhar com você é empírico rsrs. Modo de disputa aberto, os licitantes costumam chamar de “doação”, porque os aventureiros inconsequentes tendem a reduzir os preços no limite do limite somente para alçarem boas colocações.

Aberto e fechado, por sua vez, é o melhor modo de disputa, na minha opinião. A licitação tem hora para começar e hora para acabar e exige um pouco mais de estratégia prévia. Faz com que os aventureiros segurem um pouco o dedinho.

Fechado e aberto, quase nunca vi sendo utilizada, mas acho um absoluto contrassenso, porque induz as licitantes a ofertarem valores muito baixos, justamente porque há risco de não poder disputar a etapa aberta.

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@Garcia obrigado pela contribuição, tenho uma oficina de discussões sobre o tema, estamos querendo criar critérios e deixar bem definidos no TR ou ETP antes mesmo de encaminhar para analise jurídica da SCGP/AGU, uma questão a ser também debatida na Governança de Contratações.

@cleversonferreira obrigado, vou fazer a leitura e compartilhar com meus colegas, vai ser bastante útil.

@Alok obrigado, quanto ao modo de disputa Aberto, concordo com você, e é por isso mesmo que estamos tentando estabelecer critérios para escolha o mais próximo do ideal destes modos.

Mas não pense que o modo aberto e fechado é a solução de todos os problemas e a escolha perfeita, porque não é. Há problemas potenciais também.

Se por um lado ganha-se agilidade (previsibilidade de encerramento) e talvez lances mais comprometidos (apenas na esfera do “eu acho”), por outro lado um lance baixo inexequível ou cuja proposta é desclassificada compromete toda a intenção e finalidade da fase fechada, e é muito prejudicial à isonomia. Soma-se a isso a questão do encerramento em tempo randômico, que sabidamente pode ser muito exíguo e interromper a disputa. Vira mais um modo de seleção do fornecedor mais estratégico do que da proposta mais vantajosa.

Não são raras as situações de empresas que ficaram de fora da fase fechada porque o menor preço da fase aberta “contaminou” a seleção e convocação para a fase fechada, depois ela foi desclassificada e aí não teve conserto. Quem não foi pra fase fechada não tem mais chance. Certamente o uso do modo aberto e fechado aumenta a probabilidade de recurso nesse sentido. Esse problema não ocorre no modo aberto, pois todos puderam ofertar livremente seus menores preços até o final da disputa.

Como o próprio relatório da CGU detalha e alerta, a melhor escolha depende de uma conjunção de fatores: do objeto, do mercado, do nível de concorrência, etc.

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@alex.zolet isso mesmo, muito bem colocado, não é uma simples receita de bolo.