Entendo que sim, Franklin, mas depende.
A campanha de vacinação foi adiantada principalmente porque os sintomas gripais da influenza podem se confundir com os do Covid-19, de modo a facilitar aos profissionais de saúde identificar a possibilidade de Covid-19 em pacientes imunizados da influenza. Ademais, embora essa vacina não proteja do novo coronavirus, atua como importante fator de redução dos atendimentos de saúde dessa natureza e, assim, evita sobrecarga do SUS, que poderá concentrar esforços no enfrentamento da pandemia. Por fim, a vacinação nesse momento é também estratégica para evitar riscos de coinfecção e consequentemente agravar os casos de covid-19.
Porém, já que se trata de aquisição realizada no âmbito do TJ e não por autoridade gestora do SUS, creio que é prudente verificar se a compra dessas vacinas já estavam no plano de contratações do órgão (sei que o TJSC, por exemplo, sempre providencia essa vacina aos seus servidores), para justificar o “adiantamento” da compra. Nesse caso, se for possível ter acesso ao plano de manejo clínico do SUS local, é bom verificar se consta a triagem de pessoas imunizadas, pois isso ajudaria a justificar a compra. Também anexei um documento do Ministério da Saúde que explica melhor essas estratégias.
Se não for esse o caso, talvez uma saída possível seria o TJ em questão formalizar uma espécie de colaboração diretamente com a Secretaria de Estado da Saúde, a fim de que as vacinas dos servidores do TJ não precisem ser dispensadas pelo SUS e que, assim, a demanda da população em geral possa ser atendida com maior agilidade. Porém esse projeto também dependeria de certo estudo para avaliar sua legitimidade.
3 curtidas