Artigo: CAPACITAÇÃO, CERTIFICAÇÃO E CARREIRA DE COMPRADOR: SOLUÇÃO ÚNICA OU POSSIBILIDADES?

Querida gente Nelquiana, indico com grande entusiasmo e alegria o maravilhoso texto escrito pelas brilhantes Virgínia Bracarense Lopes, Andréa Heloisa Da Silva Soares e Isabela Gomes Gebrim.

O artigo está disponível AQUI.

É o capítulo final de uma jornada incrível de textos inteligentes e provocativos, que merecem ser lidos e apreciados na totalidade.

Esse artigo final trata do tema mais relevante das compras públicas: a profissionalização dos compradores. As dificuldades, desafios, sonhos e esperanças. Possibilidades.

Aproveito, ainda, para recomendar o vídeo de evento promovido pela Enap em 08/11/2022, em que falei sobre a profissionalização dos compradores, ao lado de dois outros especialistas fantásticos no tema de licitações e contratos. O vídeo está disponível AQUI.

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Boa tarde, Franklin. Belo texto. Essa parte em especial: “quando falamos de capacitação e desenvolvimento pensamos não apenas em um curso proforma, realizado online no mesmo horário de uma sessão pública, com inúmeras demandas ao mesmo tempo e a chefia questionando se precisa mesmo fazer o curso ou apagar o incêndio que pega na sala ao lado”, é exatamente a descrição que eu faria do meu setor… Trabalho em um município com mais ou menos 40 mil habitantes e uma equipe de duas pessoas para todas as licitações (completas com termo de referência, minutas e parecer jurídico) e todos os contratos e atas de RP, mais duas para compras em geral, orçamentos, recebimentos, etc. Segregação de funções parece um conceito tão abstrato e distante…

Além da questão de convencer o gestor da necessidade da profissionalização do setor, existe a questão política, ainda muito forte, pelo menos aqui em um município pequeno. Talvez agora que temos uma Lei federal exigindo isso, e exista uma cobrança por parte dos órgãos de controle, a coisa comece a mudar. Depois de 10 anos no serviço público vejo que algumas coisas só mudam depois que o gestor tem que responder um processo.

Citando novamente o texto: “… não podemos esquecer que, com a Nova Lei de Licitações, viabilizar e garantir o desenvolvimento dos compradores se trata de obrigação tanto da alta administração[1], como dos tribunais de contas[2]. Então, não demorará a exigência de comprovação de cumprimento da lei. Se não for pelo amor, será pela dor. Será que conseguiremos colocar isso na cabeça do prefeito?

Também achei excelente a sua participação no evento da Enap. Até tirei uns prints de tela e salvei um clipe no youtube, daquela parte sobre Competência X Salário, só para mostrar para os meus colegas. Se não for inconveniente, seria possível compartilhar a sua apresentação?

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Obrigado por compartilhar sua experiência, @gustavo.roedel, temos um longo e desafiador caminho pela frente, em busca de tornar mais profissional o campo da prática de compras públicas, especialmente nos municípios.

Minha apresentação segue em anexo.
Apresentação Enap 2022.pdf (1,3,MB)

Espero que seja útil.

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Olá @FranklinBrasil, só hoje consegui ver o material que você postou. Interessante que eu já tenho a mesma visão que você, sobre quase tudo, desde meu primeiro ano trabalhando com processo licitatório de serviços DEMO.

Minha opinião é que grande parte dos problemas que enfrentamos (capacitação, profissionalização, equívocos, etc.) poderiam ser minimizados com a utilização de um sistema integrado para “desenhar” licitações nesta área. Para mim, o comprador não é o maior problema e nem a função mais importante. A mais importante é a de quem planeja as compras. O comprador somente executa o planejamento dentro das regras.

Também é da minha opinião que motivação é uma ilusão, ou um tipo de droga. Existem dois tipos de pessoa em relação a motivação: automotivadas e “motivadas”. As automotivadas não precisam de nenhuma ação externa para fazerem as coisas. O outro grupo precisa de “doses” periódicas de motivação, que são cada vez mais necessárias quanto mais o tempo passa. É como um vício. Também acho que a grande motivação das pessoas é receber uma “bonificação” pelo bom trabalho; mais ou menos como acontece com os vendedores.

Se houvesse um sistema integrado de planejamento, não seria necessário treinar pessoas em relação a leis e normativas, e nem transferir para elas o risco de decisões equivocadas. O custo de formação seria reduzido para aprender a usar o sistema, que poderia ser feito virtualmente e de modo assíncrono, com vídeos curtos sobre cada parte do sistema. O uso de ferramentas de Data Science também poderia alavancar as compras de modo geral. Hoje eu vejo um trabalho extremamente manual.

Para mim, leis e normativas são como fluxogramas de um sistema computacional. Basicamente, toda lei pode ser facilmente transformada num programa de computador (aplicativo) pois, em teoria, ela contém o fluxo do que pode ou não ser feito. Mesmo o que não está previsto pode recair num ELSE (da estrutura IF…THEN…ELSE, que toda linguagem de programação possui). Na verdade, se as leis fossem criadas como um sistema computacional, elas seriam bem melhor escritas.

No meu caso particular, eu não gosto do trabalho que faço, e nem mesmo morro de amores pelo serviço público. Sou servidor público, parte por opção e parte por falta de opção. Apesar disso, sou uma pessoa automotivada e não tem nada que alguém faça que possa me motivar mais, exceto uma bonificação financeira. Alguns chefes meus achavam que eu era mercenário, somente porque dizia que se quisessem me agradar, me dessem mais dinheiro. Para mim isso é óbvio, pois trabalhamos por dinheiro; todos nós. Se quiséssemos trabalhar sem receber, seria trabalho voluntário. Minha motivação maior é fazer melhor a cada dia, ser melhor do que eu mesmo a cada dia, entregar algo com o mínimo de erros. Mas sei que nem todos são assim e nem sei se todos deveriam ser assim. Para mim é o correto, quando nos propomos a fazer algo, mesmo que odiemos o que fazemos.

Acho que esses são os pontos que mais discordo de você. Ou talvez não tanto assim.

De qualquer modo, gostei muito da sua apresentação. Venho tentando me especializar nesse trabalho, que quase todos tentam fugir, porque a cada dia que passa eu consigo transformá-lo em algo mais fácil e prático, mesmo não tendo o menor apreço por ele, em si.

Muito obrigado por compartilhar.

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