Olá @FranklinBrasil, só hoje consegui ver o material que você postou. Interessante que eu já tenho a mesma visão que você, sobre quase tudo, desde meu primeiro ano trabalhando com processo licitatório de serviços DEMO.
Minha opinião é que grande parte dos problemas que enfrentamos (capacitação, profissionalização, equívocos, etc.) poderiam ser minimizados com a utilização de um sistema integrado para “desenhar” licitações nesta área. Para mim, o comprador não é o maior problema e nem a função mais importante. A mais importante é a de quem planeja as compras. O comprador somente executa o planejamento dentro das regras.
Também é da minha opinião que motivação é uma ilusão, ou um tipo de droga. Existem dois tipos de pessoa em relação a motivação: automotivadas e “motivadas”. As automotivadas não precisam de nenhuma ação externa para fazerem as coisas. O outro grupo precisa de “doses” periódicas de motivação, que são cada vez mais necessárias quanto mais o tempo passa. É como um vício. Também acho que a grande motivação das pessoas é receber uma “bonificação” pelo bom trabalho; mais ou menos como acontece com os vendedores.
Se houvesse um sistema integrado de planejamento, não seria necessário treinar pessoas em relação a leis e normativas, e nem transferir para elas o risco de decisões equivocadas. O custo de formação seria reduzido para aprender a usar o sistema, que poderia ser feito virtualmente e de modo assíncrono, com vídeos curtos sobre cada parte do sistema. O uso de ferramentas de Data Science também poderia alavancar as compras de modo geral. Hoje eu vejo um trabalho extremamente manual.
Para mim, leis e normativas são como fluxogramas de um sistema computacional. Basicamente, toda lei pode ser facilmente transformada num programa de computador (aplicativo) pois, em teoria, ela contém o fluxo do que pode ou não ser feito. Mesmo o que não está previsto pode recair num ELSE (da estrutura IF…THEN…ELSE, que toda linguagem de programação possui). Na verdade, se as leis fossem criadas como um sistema computacional, elas seriam bem melhor escritas.
No meu caso particular, eu não gosto do trabalho que faço, e nem mesmo morro de amores pelo serviço público. Sou servidor público, parte por opção e parte por falta de opção. Apesar disso, sou uma pessoa automotivada e não tem nada que alguém faça que possa me motivar mais, exceto uma bonificação financeira. Alguns chefes meus achavam que eu era mercenário, somente porque dizia que se quisessem me agradar, me dessem mais dinheiro. Para mim isso é óbvio, pois trabalhamos por dinheiro; todos nós. Se quiséssemos trabalhar sem receber, seria trabalho voluntário. Minha motivação maior é fazer melhor a cada dia, ser melhor do que eu mesmo a cada dia, entregar algo com o mínimo de erros. Mas sei que nem todos são assim e nem sei se todos deveriam ser assim. Para mim é o correto, quando nos propomos a fazer algo, mesmo que odiemos o que fazemos.
Acho que esses são os pontos que mais discordo de você. Ou talvez não tanto assim.
De qualquer modo, gostei muito da sua apresentação. Venho tentando me especializar nesse trabalho, que quase todos tentam fugir, porque a cada dia que passa eu consigo transformá-lo em algo mais fácil e prático, mesmo não tendo o menor apreço por ele, em si.
Muito obrigado por compartilhar.