Submetidas a 'hackers' por 5 dias, urnas eletrônicas têm só duas falhas

2 curtidas

Os testes realizados hoje podem não garatir a segurança amanhã porque a segurança da informação é sistêmica e dinâmica (envolve inúmeros fatores não presentes em um momento e que podem estar presentes em outro)… Certamente garante muitos aspectos, mas não todos! Os Peritos da PF terão acesso ao futuro código que será utilizado momentos antes das urnas serem lacradas? Esse futuro código (certamente assinado digitalmente e certamente inalterável) poderá ser auditado (engenharia reversa) por amostragem? Digo isso porque a programação (milhares de linhas de código) no dia da eleição é quem dirá o que a máquina fará! Na hipótese de um código adulterado, assinado digitalmente, certamente será inviolável, mas certamente não será íntegro.

Em um país onde os dirigentes partidários trabalham para aprovar um fundo eleitoral de R$ 4 BILHÕES DE REAIS ( https://www.correiodopovo.com.br/notícias/política/congresso-rejeita-veto-à-ampliação-de-fundo-eleitoral-1.383346 ) qual o problema em se gastar R$ 320 milhões ( https://pauloabreu14.jusbrasil.com.br/artigos/240039320/em-tempos-de-crise-o-custo-do-voto-impresso ) em módulos de impressão para todas as urnas (investimento reaproveitável para todas as eleições futuras) trazendo segurança ao processo eleitoral? Afinal, todos concordam que no mundo computacional não existe 100% de segurança!

1 curtida

Não é só o custo dos módulos de impressão. O que será feito com o comprovante? O usuário vai levar? Serão depositados em urnas que ficarão com os TRE?
Se o cidadão levar o papel para comprovar em quem votou, qual a garantia que um “novo” papel não poderá ser impresso em casa com as mesmas características? E comprovar para quem?
Se os papéis forem depositados em urnas que ficarão em posse do TRE, qual a diferença em substituir as urnas pelo sistema antigo? Qual o custo de impressão (eletricidade, papel, toner, manutenção das impressoras, etc)? Qual o custo de transporte e guarda das urnas?
Afinal, o que parece tão inseguro nas urnas eletrônicas? A origem da sua tecnologia?
Existem algumas soluções possíveis para aumentar a confiabilidade das votações eletrônicas: (a) usar um sistema baseado em blockchain em que participem TSE, TRE, partidos, organizações da sociedade civil, OAB, etc. com o fornecimento de certificados digitais para os eleitores; (b) que aqueles que consideram a urna eletrônica falha participem destes testes de penetração e demonstrem suas vulnerabilidades.

A urna foi uma das melhores coisas que TIC proporcionou para o Brasil. Se há falhas elas podem ser corrigidas, mas é necessário identificá-las primeiro. Oportunidade existe. O que não se pode é usar uma narrativa baseada em possibilidade para aumentar o custo do processo sem garantia de que isso surtirá algum efeito.

Mas isso é somente a minha opinião.

1 curtida

Prezado MSCruz,

O problema realmente é a falta de informação sobre o uso da impressora na Urna. O usuário não leva o voto, ele é automaticamente depositado no repositório protegido da urna para futura auditoria (recontagem dos votos). O cidadão não leva papel para casa assim como não levava papel nenhum quando votada sem urna eletrônica.

Sua pergunta: Se os papéis forem depositados em urnas que ficarão em posse do TRE, qual a diferença em substituir as urnas pelo sistema antigo?
Minha resposta: O sistema antigo não precisava ter sido substituído. Parece-me que a argumentação há época era ganhar velocidade na apresentação do resultado da eleição. Quem trocaria segurança por velocidade?

Sua pergunta: Qual o custo de impressão (eletricidade, papel, toner, manutenção das impressoras, etc)? Qual o custo de transporte e guarda das urnas?
Minha resposta: o custo de se manter uma verdadeira democracia! O custo de uma fraude eleitoral é INCALCULÁVEL (portanto mais que todos os custos de toners, papeis e manutenção juntos). O custo de transporte e guarda das urnas? Atualmente as urnas já não são transportadas e guardadas? Esse custo já existe, certo? Não muda nada!

Sua pergunta: Afinal, o que parece tão inseguro nas urnas eletrônicas? A origem da sua tecnologia?
Minha resposta: O problema não é a tecnologia e nem sua origem. A insegurança está na lógica exigida pelo sistema democrático e o que é oferecido pelo sistema em uso. Você não deveria colocar o resultado de uma eleição nas mãos de uma meia dúzia de pessoas fechadas em uma sala onde os dados são computados. Em um processo democrático exige-se a transparência plena onde todos os atores podem igualmente certificarem-se/contarem/verificarem o quantitativo de votos por urna. Essa capacidade de verificação só será plenamente atingida com a possibilidade de contagem dos votos por qualquer das partes. Essa possibilidade deixa de existir em um sistema fechado cujos atores são naturalmente excluídos do processo de verificação (porque essa verificação não existe sem voto impresso). A falta de conhecimento sobre sistemas computacionais e o excesso de confiança sobre a máquina cria toda essa distorção cognitiva.

Seu comentário:A urna foi uma das melhores coisas que TIC proporcionou para o Brasil. Se há falhas elas podem ser corrigidas, mas é necessário identificá-las primeiro.
Meu comentário: Concordo, mas o problema não está na urna e nem na tecnologia. A questão exige raciocínio sistêmico. O problema surge de um somatório de inseguranças e não de uma questão apenas. Por essa razão, alguns (ou muitos) não entendem o verdadeiro problema.

A propósito, o Presidente Donald Trump assinou projeto de lei de gastos que incluem US$ 425 milhões em subsídios federais para ajudar as autoridades local e estaduais PROTEGER MELHOR OS SISTEMAS E A INFRAESTRUTURA ANTES DAS ELEIÇÕES DE 2020 [1]

Seu comentário: O que não se pode é usar uma narrativa baseada em possibilidade para aumentar o custo do processo sem garantia de que isso surtirá algum efeito.
Meu comentário: O que não se pode é usar uma narrativa baseada em custo para manter um sistema conceitualmente frágil. Quando digo sistema não estou me referindo exclusivamente a “sistema computacional” porque obviamente podemos ter sistema sem computadores.

OBS: Entendo aqui que fazemos uma trocar salutar de ideias onde apresento minha opinião pessoal sem representar qualquer órgão. Dessa dialética espera-se o engrandecimento da visão sistêmica.

[1] https://www.reuters.com/article/us-budget-congress/u-s-spending-deal-would-raise-tobacco-age-deny-some-trump-border-wall-money-idUSKBN1YK1X8

Mais uma argumentação para a necessidade de uso da Urna Eletrônico na entrevista: https://youtu.be/f5El65oRFb4

Nossas urnas estão longe de serem adequadas. Não existe um mecanismo que garanta que aquilo que depositei na urna seja o que de fato foi registrado, não dá para recontar, não há contraprova. Elas são tão ruins que não conseguem fazer sequer o básico: permitir ao eleitor corrigir um voto.
Nisto, o sistema argentino, conhecido como vot.ar, é o que há de mais moderno, e deveria servir de inspiração. Ele permite corrigir votos errados e é facilmente auditável.
Exemplos do seu funcionamento estão disponíveis nos links que deixo abaixo: