Petrobras pede desculpas a 2 mil empregados que foram investigados

A Petrobras está enviando carta de desculpas a dois mil empregados que foram investigados pelas apurações internas realizadas pela companhia nos últimos anos, e que não tiveram qualquer irregularidade descoberta, mas que não receberam qualquer esclarecimento da companhia. A informação foi dada nesta segunda- segunda-feira pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que também pediu desculpas, durante evento da Petrobras, no Rio, no dia Internacional do Combate à Corrupção.

Para Castello Branco, a corrupção gera distorções que impedem o desenvolvimento da economia do país, acrescentando que ela também mata porque priva o governo de recursos para usar em fins sociais, como na saúde pública.

A Petrobras, durante uns 15 anos, foi vítima de uma organização criminosa que a saqueou. Somente da força tarefa da Lava-Jato em Curitiba recebemos R$ 4,2 bilhões. Mas a corrupção tem outros efeitos negativos com subestimações nas próprias perdas financeiras - ressaltou Castello Branco.

O diretor de Governança da Petrobras, Marcelo Zenkner, explicou que a Petrobras está promovendo uma série de mudanças em seu programa de governança, ao mesmo tempo que mantém as medidas de segurança para evitar novos casos de corrupção. As mudanças visam a aprimorar o programa para tornar a empresa mais ágil e permitir o seu desenvolvimento com menos amarras.

Nós constatamos que havia um grande número de procedimentos arquivados dos quais não se comprovou qualquer responsabilidade. São empregados que foram investigados, prestaram sua colaboração, e não tomaram conhecimento do arquivamento, da finalização dessas investigações.

Então, o objetivo das cartas é exatamente indicar a esses empregados que nós chegamos à finalização desses procedimentos sem qualquer tipo de responsabilização, e pedir desculpas pela demora em prestar essas informações - destacou o diretor.

Zenkhner destacou que a empresa está promovendo uma série de mudanças em seu sistema de controle.

Agora nós já conseguimos identificar onde estavam as falhas, conseguimos expurgar da companhia as pessoas que, de alguma forma, se envolveram com fraudes. Então agora temos condições de tornar a companhia mais ágil, mais veloz para que possa competir com os grandes players do mercado internacional - ressaltou o diretor de Governança.

Uma das mudanças será o reforço na confiança em seus empregados, e a confiança entre seus parceiros externos.

De forma alguma haverá relaxamento de regras, o que vai haver agora é uma evolução, um aprimoramento no sentido de mantermos nos controles internos os padrões já alcançados, mas com uma velocidade maior e um poder de resposta que possa colocar a Petrobras em condições de competir com o mercado internacional - ressaltou Marcelo.

Uma das idéias é que, em vez de se fazer investigações para descobrir as fraudes, a companhia quer adotar medidas para que as fraudes não aconteçam. Ele citou como exemplo as etapas de integridade por que passam os empregados que são contratados, assim como a due diligence das empresas, ou seja, toda empresa que é contratada passa por uma verificação preliminar de integridade.

Com base na confiança, o objetivo aqui é empoderar os gestores para que eles possam ter o poder de decidir com confiança, sem abrir mão dos controles internos, e dando velocidade à empresa. A Petrobras precisa ter a velocidade necessária para que a gente possa dar essa resposta, de poder competir com as grandes empresas - afirmou.

Zenkhner explicou ainda que o objetivo é passar de um sistema de complaince clássico, estabelecido no tripé prevenção, detecção e correção, para um sistema de integridade baseado nas relaçãos de confiança interpessoasis, disseminando na empresa uma cultura de integridade.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2019/12/petrobras-pede-desculpas-2-mil-empregados-que-foram-investigados.html