Contratação serviço de limpeza

Boa noite, estou ,pela primeira vez, fazendo um processo para contratação de serviço de limpeza e estou sofrendo, pois as empresas não têm o conhecimento para fazer os orçamentos.

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Recomendo que entre em contato com o SEBRAE da sua região, talvez eles possam auxiliar as empresas nisso.

@Rosalina!

Os órgãos federais do SISG adotam o que fixa a Instrução Normativa nº 5, de 2017:

ANEXO V
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO DE REFERÊNCIA (TR)
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou Projeto Básico:
2.9 Estimativa de preços e preços referenciais:
b) No caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o custo estimado da contratação deve contemplar o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços, definidos da seguinte forma:
b.1. por meio do preenchimento da planilha de custos e formação de preços, observados os custos dos itens referentes ao serviço, podendo ser motivadamente dispensada naquelas contratações em que a natureza do seu objeto torne inviável ou desnecessário o detalhamento dos custos para aferição da exequibilidade dos preços praticados;

Ou seja, não lançamos pesquisa de preços no mercado, e sim PREENCHEMOS a planilha com os preços OBRIGATÓRIOS constantes dos instrumentos coletivos, da legislação tributária, previdenciária e trabalhista. Nem faria sentido pesquisar isto, já que são custos mínimos obrigatórios.

Para outros custos, não fixados em atos normativos, usamos os cadernos técnicos, conforme diretriz constante da mesma sessão da mesma IN já citada:

b.2. por meio de fundamentada pesquisa dos preços praticados no mercado em contratações similares; ou ainda por meio da adoção de valores constantes de indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas públicas ou outros equivalentes, se for o caso; e

Se ainda sobrar algum item de custo para estimar o preço, como insumos, por exemplo, faça a pesquisa de preços somente dessa parte e adicione à planilha, mediante Mapa Comparativo de Preços.

Não acho nada recomendável enviar planilhas para coletar preços, para montar estimativas de preço em licitação de terceirização. Não precisa e mesmo que decidam usar, saibam que é MUITO menos seguro e muito mais demorado do que o próprio órgão preencher.

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No caso dos órgãos Sisg, atualmente, vivemos um vácuo normativo a respeito da matéria. A Portaria Seges/MP 21.262, de 23 de setembro de 2020, revogou as disposições sobre os valores mínimos e máximos para serviços de limpeza publicados pela Seges anualmente. Nessa portaria, há a previsão de divulgação de Cadernos de Logística para procedimentos referenciais, mas esses cadernos ainda não foram divulgados.

Sugiro seguir as orientações da Nota Técnica nº 2/2018/CGAC-CISET-SG-PR como boa prática. Essa NT explica detalhadamente como fazer o preenchimento dos campos da planilha de custos e formação de preços.

Também é recomendável que o pregoeiro fique especialmente atento ao preenchimento das planilhas de custos e formação de preços pelas empresas licitantes na fase de avaliação das propostas, solicitando as correções em caso de verificar erro. Eu verdadeiramente tenho percebido que muitas empresas não dominam o preenchimento da planilha de custos e formação de preços. Caso o pregoeiro aceite a planilha com erros, isso pode se tornar um grande problema na fase de gestão contratual.

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Boa noite, Ronaldo, obrigada pelas explicações.

Obrigada, Arthur, vou tentar…

Vanessa, obrigada pela dica.

Bom dia Rosalina, esse link pode ser de ajuda. Aqui tem orientações gerais sobre elaboração da Planilha de custos dos serviços de vigilância e de Limpeza. 11. Orientações gerais para planilha de custos e formação de preços

Temos um pedido da contratada (limpeza) informando que reduzirá o número de postos com a manutenção da produtividade. Alguém tem orientação da análise cabível neste caso?

Xará, a coisa depende muito do modelo contratual. Como está definido o formato de contratação, pagamento, fiscalização e alteração potencial do contrato.

Independente disso, é estranho dizer que vai reduzir posto e manter produtividade. É matematicamente improvável, pra não dizer impossível, a menos que se alterem outros fatores, como a área a ser limpa. A produtividade é medida com base em quantidade de horas de trabalho numa determinada área fisica a ser limpa.

Vejamos um exemplo simples. Tenho 1.000m2 de piso para serem limpos todos os dias. Duas pessoas conservam o ambiente em jornada de 8h cada. A produtividade é de 500m2/8h. Se a área continua a mesma, ao reduzir para uma pessoa, a produtividade sobe para 1.000m2/8h.

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@FranklinMN!

Se para ESTIMAR a quantidade de pessoas alocadas ao contrato, foi usado como base a área a ser limpa e a produtividade, como é que vai cortar postos diretamente? Não me parece fazer sentido. O que vocês de fato precisam? Reduzir o VALOR do contrato, por questão orçamentária, reduzir a área a ser limpa ou alterar a rotina de limpeza?

Para reduzir quantitativamente esse tipo de contrato, penso que precisa reduzir a área a ser limpa ou alterar a rotina de limpeza de forma a alterar a produtividade. Não tem como reduzir o quantitativo do contrato e continuar limpando a mesma área, com a mesma produtividade.

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Rosalina, em complemento ao que já foi respondido pelos colegas, serviço de limpeza dá bons resultados se houver um planejamento que contemple uma rotina operacional das atividades de limpeza, especificando, para fins de definição de produtividade e consequentemente número de postos, os tipos de áreas e os respectivos tipos de limpeza e frequência.

Um ótimo estudo é a dissertação do @FranklinBrasil , disponível aqui.

Com base em análise pormenorizada das suas áreas, você deixa de usar a produtividade-padrão dos normativos e seu dimensionamento fica mais coerente com a sua realidade. Modelagens similares você encontra aqui e aqui.

Segue um modelo de planilha com essa modelagem.
2.PLANILHA_CUSTOS_SERV.LIMPEZA_AJUSTADA_CCT2018.zip|attachment (255,3,KB)

Na postagem deste link o Franklin explica bem o modelo.

Dê uma olhada no Pregão 02/2015 da UASG 170190, disponível no Comprasnet em Compras.gov.br
Nessa licitação foi adotada planilha que calcula a produtividade individual de cada ambiente, com base em tarefas a serem executadas, equipe, frequencia, periodicidade e tempo de execução.
Cada produtividade individual de ambiente é transformada em uma produtividade-padrão. E depois a área física é transformada em área virtual equivalente.
Isso é realizado para não ter um preço para cada ambiente, mas um preço único.
Em cada ambiente, foram avaliadas as atividades efetivamente necessárias, considerando o histórico do que já vinha sendo feito e entrevista com os usuários do ambiente, as rotinas de uso. Não apenas o que vinha sendo realizado, mas o que era realmente mais coerente com a realidade.
Nesse mesmo levantamento, foram entrevistados os empregados da limpeza, o encarregado e os usuários do ambiente, para mensurar a forma como a limpeza já vinha sendo realizada. Foi assim que medimos o tempo gasto em cada atividade em cada ambiente. Levamos em conta as condições em que os serviços já vinham sendo prestados.
Em alguns casos muito específicos, como a área externa, modificamos a metodologia de limpeza, propondo o uso de equipamentos mais produtivos. Nesse caso, pesquisamos outros locais em que esse tipo de equipamento era empregado para estimar a produtividade esperada.
A periodicidade do serviço foi estabelecida caso a caso, por ambiente. Aquela lista genérica de tarefas da IN 02/2008 foi ajustada para as reais necessidades do prédio.
Utilizamos 420 minutos para identificar a produtividade em jornada de 8 horas. Porque 420 é a quantidade de minutos em 7h. Foi considerado que numa jornada de 8h, apenas 7h são úteis. As pessoas precisam descansar, ir ao banheiro, se deslocar entre ambientes, transportar materiais e equipamentos, dar uma olhada no Whatsapp. Esse parâmetro é utilizado pela literatura especializada.
Calculamos a produtividade convertida considerando o tempo necessário para executar cada serviço e sua respectiva periodicidade e frequência. A produtividade que procuramos considera uma pessoa em uma jornada diária de 8h. Por isso, primeiro, calculamos qual a produtividade em cada ambiente (e cada tipo de atividade ali executada) nessa base (coluna Produtividade 8h (m²)). Essa é a produtividade considerando a limpeza executada diariamente. Mas nem tudo é realizado com essa periodicidade.
Então, vem a coluna <Produtividade convertida (m²)> multiplicando a produtividade diária (limpeza a cada 1 dia) pela quantidade de dias entre uma limpeza e outra. Pode fazer testes na planilha para ver o que acontece. Se a produtividade em 1 dia é 600m2, a limpeza a cada 2 dias faria a produtividade dobrar para 1.200m2.
O cálculo da área total convertida é feito com base na metodologia da Portaria 29/10, para converter todas as produtividades individuais de cada ambiente/atividade porque, do contrário, teríamos que calcular um preço para cada ambiente/atividade, já que o preço é uma função do Homem/Mês dividido pela produtividade.
Então, para simplificar a precificação, usamos uma única base. Poderia ser 1.000m2 ou qualquer outra. Mas escolhemos o padrão do MPOG para ficar fácil visualizar a comparação de economia em relação ao padrão.

Caso se anime, podemos trocar umas figurinhas para guiar seu estudo.

Hélio Souza

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FranklinMN, contratos de limpeza, ainda que baseados na métrica de metro quadrado, são muito influenciados pela quantidade de pessoas alocadas na execução, não apenas pelo custo envolvido, mas pelas entregas (produtividade) desses profissionais. É muito difícil de a empresa justificar, pois terá que demonstrar como vai suportar a manutenção dessa produtividade, por exemplo, usando um equipamento “diferentão”.

Se é uma demanda do órgão, como mencionado pelo @ronaldocorrea , teria meios de alcançar. Mas sendo uma demanda da empresa, penso ser muito temerário acatar, a menos que a justificativa seja robusta e incontestavelmente a produtividade seja mantida (essa eu queria ver, porque geralmente vem estorinha…rs).

Hélio Souza

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Povo é mestre em contar estorinhas, @HelioSouza, rs!

COMPROVAR mesmo que é bom… nada!

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